Sindicacau mobiliza trabalhadores contra demissões no Distrito Industrial
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Ilhéus, Itabuna e Região (Sindicacau) mobiliza os trabalhadores filiados contra onze demissões sem justa causa feitas pela multinacional ADM Joanes, que processa grãos de cacau no distrito industrial de Ilhéus.
Segundo Luiz Fernandes, presidente do Sindicacau, as demissões foram comunicadas à entidade, que tentou evitar sem precisar ir à justiça. Mesmo alertada, a empresa prosseguiu com os planos. De acordo com o sindicato, entre os onze demitidos, havia pelo menos dois trabalhadores com 25 anos de carteira assinada e dois integrantes da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA).
Fernandes ressalta que em convenção, ficou proibida a demissão de funcionários que estivessem prestes a se aposentar e de integrantes da CIPA, como é o caso dos quatro que foram mandados embora na segunda-feira (13).
Para justificar as demissões, a Joanes argumentou passar por reestruturação de seu quadro de funcionários. Essa readequação também é questionada pelo sindicato, já que o cacau e seus derivados não apresentam qualquer desvalorização recente no mercado mundial.
Ontem (segunda-feira, 20), o sindicato e a empresa voltaram a se reunir, mas não chegaram a um consenso sobre o retorno dos trabalhadores. Para Fernandes, a situação será resolvida judicialmente. Além disso, os trabalhadores já aprovaram uma paralisação de advertência.
Na também processadora de grãos de cacau Cargil, os trabalhadores já aprovaram estado de greve, que deve ser colocado em prática na próxima sexta-feira (24 de outubro).
A empresa se negou a atender integralmente as reivindicações da campanha salarial. Entre outras pautas, exigia 8% de aumento, elevando o piso salarial a 1060, a folga aniversariante, aumento para 650 do tíquete alimentação, além do adicional noturno, hora extra e criação de plano de cargos e salários.
A Cargil, no entanto, oferece piso salarial de 990, tíquete de 630 e não respondeu aos outros itens da pauta. Caso não haja resposta da empresa, a categoria iniciará a greve, como aprovado em assembleia.